A Catedral e o Bazar

A Catedral e o Bazar

Um livro bacana que te ajuda ser um programador melhor

Eu gosto de metáforas. Acho interessante a forma como uma boa história pode ensinar coisas mais complexas e como isso facilita a transmissão de ensinamentos. Na verdade se formos analisar os grandes mestres que o mundo já teve sempre ensinavam através de histórias, analogias de coisas comuns para transmitir conhecimento.

Não me lembro ao certo como conheci Eric Raymond. Talvez tenha sido quando me envolvi com Linux e comecei a pesquisar muita coisa sobre a parte técnica e a filosofia do software livre. Dessa forma que acabei conhecendo o livro The Art of Unix Programming. Conhecer a regra da modularidade, da clareza, da simplicidade, etc me ajudou a me tornar um programador melhor mesmo não desenvolvendo diretamente para Unix ou Linux na época.

Também foi nesse livro que conheci os Koans do Mestre Foo. Coincidiu de na época eu estar lendo a respeito dos Koans Zen-budistas e achei fantástico a forma como ele escreveu as historietas do Mestre Foo. O Koan é uma forma de história onde não se pode interpretar/entender o significado somente com a razão. Na verdade não fica tão explícita a ideia em um koan da mesma forma que acontece com as parábolas, por exemplo. Tá, para você entender (ou não entender), esse é um koan:

“Batendo as duas mãos uma na outra, temos um som; qual é o som de uma mão somente?”

Caso você ainda não tenha lido os koans do Mestre Foo, aqui tem quatro deles traduzidos para português. Eu gosto bastante do “Mestre Foo discorre sobre a Interface Gráfica do Usuário”.

A Catedral e o Bazar é um ensaio escrito por Eric Raymond onde ele descreve a diferença entre software livre e software proprietário através da experiência que ele teve na criação de um software de código aberto chamado Fetchmail. A propósito, o livro está disponível gratuitamente e você pode obter uma cópia dele já traduzido para português no site Domínio Público.

A analogia do título vem da comparação que o autor faz entre software proprietário e software livre, sendo o software proprietário/comercial visto como uma catedral de forma imperiosa, incontestável, altiva e do outro lado temos o desenvolvimento bazar. Uma forma legal de você pensar em um bazar são as feiras da idade média onde as pessoas falavam alto, havia trocas, e no meio daquele suposto “caos” havia ordem. Imagine isso em uma comunidade de software livre onde ao invés de termos toda uma metodologia lógica, formal a ser seguida (catedral) temos centenas (e até milhares) de desenvolvedores de diferentes lugares do mundo buscando conversar com o objetivo de ter o software funcionando.

Release early, release often

Outra filosofia bastante difundida por este livro é “Libere cedo, libere frequentemente” onde ele comenta da necessidade de liberação frequente de releases do software para que sejam testados o quanto antes. Isso enfatiza sem dúvida um maior envolvimento entre desenvolvedores, analistas de testes e até mesmo usuários. Se temos versões incrementais menores sempre com envolvimento dos usuários estes irão apontar erros e falhas bem no início do desenvolvimento e acarretará em um menor impacto na correção destas.

Raymnond comenta ainda que “Tratar seus usuários como codesenvolvedores é seu caminho mais fácil para uma melhora do código e depuração eficaz” e dessa forma ao termos versões liberadas cedo e envolvendo os usuários nos protótipos de telas por exemplo faz com que diminuamos a distância da expectativa do usuário com a realidade do software desenvolvido.

Você percebe aí a essência de metodologia ágil? Será que nós enquanto desenvolvedores devemos nos manter em uma sala fechada apenas seguindo o que foi descrito em uma especificação? E se pudéssemos aumentar o envolvimento do usuário e o compromisso deste levando-o a acompanhar as evoluções em uma base semanal ou a cada 3 dias de desenvolvimento? Talvez isso implicaria ainda em termos um compromisso de “desenvolver alguma coisa legal pois tenho que ter algo pra mostrar amanhã para o usuário”. Não que isso dispensaria a especificação e as etapas formais de um desenvolvimento mas talvez dessa maneira possamos trazer o cliente do projeto como um aliado em todo processo.

A metáfora da catedral e o bazar é uma forma interessante de comparar software proprietário com software de código aberto mas nada impede que você que não é um desenvolvedor de software livre aproveite e adapte as lições deste livro.

Acredito que é possível melhorarmos a qualidade do software entregue e diminuir a distância entre o que é esperado com o que foi construído ao seguir alguns preceitos de Raymond. Leia hoje a Catedral e o Bazar, texto curto, pois irá te ajudar a se tornar um profissional e programador melhor.

O Homem Forte e o Afinador de Pianos

O Homem Forte e o Afinador de Pianos

O publicitário Celso Loducca coordena um podcast chamado Quem Somos Nós (http://quemsomosnos.com.br/) onde entrevista (semanalmente, eu acho) pessoas das mais diferentes áreas. O programa do dia 29 de agosto desse ano, por exemplo, foi uma entrevista com o professor Maurício Marsola sobre o pensador Albert Camus (escritor e filósofo). É originalmente um programa da rádio Eldorado FM que você pode conferir também no podcast e recentemente passou também a disponibilizar em vídeos as entrevistas no canal dele no Youtube. O interessante é que no meio das entrevistas, por ser um programa de rádio, ele sempre toca algumas músicas de acordo com o gosto do entrevistado, que sempre faz um comentário.

Achei muito bacana esse podcast pois ele entrevista pessoas que trabalham ou atuam nas mais diferentes áreas. Quando trabalhamos em uma área específica muitas vezes nos fechamos somente para aquele mundo em específico, fazendo uma imersão quase total. Mas se desenvolvermos o hábito em “beber água em outras fontes” buscando outros conhecimentos de áreas diferentes do conhecimento humano acabamos construindo uma visão mais apurada e capaz de enxergar os problemas de outros ângulos. Até mesmo na área de tecnologia se encontra pessoas com formações diversas da área e isso facilita, por exemplo, processo de levantamento de requisitos e o diálogo interáreas dentro das organizações.

Mas voltando ao podcast, um outro episódio interessante que escutei semana passada foi uma entrevista que ele fez com um “afinador de pianos”. Como não sou da área de música nunca tinha parado para pensar na existência de um profissional para afinar pianos (esse programa esta aqui: http://quemsomosnos.com.br/?id=128). A série se chama “profissionais em extinção” e o entrevistado é o afinador de pianos Edson Fernando. O Edson aprendeu a profissão de afinador de pianos com o pai e confessa que hoje as pessoas não se interessam mais por esse ofício pois leva tempo para se aprender a afinar o instrumento musical e não é fácil fazê-lo exigindo um ouvido preparado e treinado. Ele comentou que outras pessoas já tentaram aprender a profissão mas após ficarem um tempo acabam deixando e indo trabalhar em outros lugares, talvez procurando algo mais fácil para se fazer.

A cultura virtual imposta pela tecnologia nos habituou a ter agilidade em tudo que fazemos e exigência de uma fluidez e resposta rápida para nossas ações. Essa nossa “geração Google” exige um tempo de estímulo-resposta muito rápido, basta observar os livros e cursos que prometem lhe ensinar tudo de forma rápida e sem “dor”. E tem coisas que, felizmente, precisamos investir tempo e ter paciência para obter o resultado e colher os frutos do trabalho e do tempo investido. Você pode perceber isso, por exemplo, quando está estudando algo novo pois no início leva muito mais tempo para se assimilar os conceitos e você parece estar batendo em uma parede sólida e que não se abala. Mas aos poucos com a apreensão continuada dos conceitos acaba assimilando com mais facilidade e fica perceptível a evolução.

Olhando o arquivo dos episódios do programa selecionei muita coisa e está na fila para ouvir. Numa das séries antigas tem um programa onde ele conversou com o atleta profissional de Strong Man Marcos Ferrari. O Marcos disse que busca fazer o treino sempre com a mente focada no que está fazendo e que não baseia o seu desempenho comparando com os outros atletas mas sim buscando superar a si mesmo. Ok, isso pode até mesmo parecer uma frase retirada de um slide daquele palestrante-motivacional-empreendedor que foi na sua faculdade ou empresa, mas vamos lá: “Maior do que aquele que venceu a mil homens em batalha é aquele que vence a si mesmo”. Essa frase, que é atribuída a Sidharta Gautama, pode nos levar a refletir sobre a necessidade de buscarmos o autoaperfeiçoamento a cada dia. Essa melhoria inclui crescimento como profissional, claro, mas também nos tornarmos pessoas melhores também nos demais aspectos.

E é aqui que entra a melhoria constante e busca diária. Engraçado como voltamos mais uma vez para a construção de bons hábitos e práticas que com o tempo podem influenciar positivamente nossa vida, assunto que já discutimos aqui mais de uma vez não é mesmo? Não adianta nada você fazer atividade física 6 horas aos sábados mas sim 50 minutos 5 vezes por semana.

Sempre que leio um artigo, um livro ou escuto um podcast enriquecedor como os que citei acima busco extrair pontos positivos. Tem muita coisa que se pode auferir disso tudo mas vamos nos concentrar em duas: 1) Não compare seu trabalho (ou seu salário) com outros profissionais. Ter alguém como modelo de onde se quer chegar é ok, mas a vitória maior é você conhecer suas habilidades e deficiências e buscar superá-las que o retorno é consequência; e 2) Nem tudo se resolve rápido e se aprende rápido somente procurando no Google e lendo na Wikipedia ;-). Tem habilidades que você precisará investir um certo tempo e aprender com os mais velhos e experientes até se tornar autossuficiente.

7 Dicas Rápidas de Excel em 7 minutos

7 Dicas Rápidas de Excel em 7 minutos

Aumente sua produtividade com Excel ;-)

Acredito que 9 em cada 10 pessoas dentro das empresas precisam lidar com o Excel em algum momento em sua rotina de trabalho. Contadores e Administradores então nem se fala.

Por mais que se use todos os dias o Excel acabamos não usando alguns recursos te ajudam a OTIMIZAR o tempo e ganhar mais PRODUTIVIDADE.

Separei 7 Dicas Rápidas para você aprender em 7 minutos e montei esse vídeo detalhando como utilizar cada uma delas.

Dê uma olhada e compartilhe ;-)

Audiolivros, podcasts e afins

Audiolivros, podcasts e afins

Aproveitando o tempo gasto no trânsito ;-)

Trabalhei por 5 anos em uma cidade vizinha, o que me obrigava a diariamente dirigir 1 hora para ir trabalhar e 1 hora para voltar para casa. É claro que essa rotina é aparentemente comum para quem mora em um grande centro como São Paulo porém para um morador do interior das Minas Gerais não é algo tão fácil de se encontrar.
 No começo eu ia de ônibus e fui um tempo também de carona mas por questões de horários desencontrados acabei tendo que ir no meu próprio carro todos os dias. Eu geralmente saia 06:50hs e chegava ao trabalho em torno de 07:45hs. Pista simples, muitos caminhões e ocasionalmente um acidente que me deixava parado e esperando por um bom tempo tendo vezes que até mesmo voltei pra casa e não consegui ir trabalhar.

Audiobooks

Foi nessa época que me acostumei a escutar livros, palestras e podcasts no carro durante o trajeto. Embora ache bastante interessante e considere a questão dos estilos de aprendizagem e eu ter mais facilidade em aprender lendo também acredito na capacidade de adaptação que todos nós temos. Foi assim que passei a escutar e aprendi a gostar de ouvir livros. Eu assim aproveitava bem as 2 horas diárias de trânsito. Estimo que nesse tempo devo ter escutado uma média de 15 livros por ano passando por O Homem que Calculava, 1880, O Monge que vendeu sua ferrari, etc. 
 Aos poucos ia descobrindo muito conteúdo em áudio disponibilizado gratuitamente como os projetos feitos para as pessoas com deficiência visual bem como alguns sites construídos por voluntários que liam obras clássicas. Um exemplo de um site que busca agregar esse tipo de conteúdo é o Librivox. Foi lá que baixei e escutei praticamente todos os sermões do Padre Antônio Vieira e o conto a A Cartomante de Machado de Assis. Tem também a [Universidade Falada] com um conteúdo muito bom e muita coisa gratuita. Escute por exemplo a palestra-aula Uma Noite com os Mitos. Algo que faço é ter contato com temas bem diversos da minha área de trabalho e interesse. Dessa maneira acredito que temos contato com outras formas de penbsar, de abordar problemas e isso tudo te ajuda a se tornar um profissional melhor. Ah, quer dizer que ler sobre arte ou música me torna um programador melhor? Eu acredito que sim, talvez não diretamente te ensinando algoritmos mas te mostrando formas alternativas de pensar e solucionar problemas ;-).

Mas voltando, os áudio livros são basicamente a leitura feita em estúdio de livros. Se você ainda não teve a oportunidade de escutar um livro faça a experiência comprando (ou baixando pois existem muitos títulos gratuitos) e escute enquanto estiver por exemplo praticando sua atividade física. Mas além de livros eu tive um contato maior e aprendi a gostar muito de podcasts. Se você não conhece, podcasts são praticamente programas gravados sobre os temas mais variados e disponibilizados gratuitamente. Como se fosse por exemplo um programa de rádio, contendo entrevistas, opniões, etc. Geralmente no domingo eu selecionava o que ia escutar na semana e baixava os episódios em mp3. Colocava em um pendrive ou CD e ia escutando no carro todos os dias. Hoje é ainda mais fácil pois você tem a opção de simplesmente sincronizar os podcasts em seu smartphone ou até mesmo usar programas que já baixam e disponibilizam o mp3 automaticamente.

Escutei muitos episódios do Mitografias, Rapaduracast além de obrigatoriamente pelo menos um ou dois episódios do ESL (English as Second Language). Ah, às vezes eu baixava algum podcast da Deutsche Wellen Brasil também com resumo de notícias.

Quanto eu escutava algo interessante ou que precisasse depois fazer algum tipo de anotação eu geralmente buscava o livro em formato impresso para ler novamente porém na maioria das vezes o áudio era suficiente.

Até hoje escuto muitos livros e principalmente podcasts, acredito que uns 3 ou 4 toda semana pelo menos. Semana passada escutei um episódio do Databasecast, da área de tecnologia e sempre recomendo alguns episódios que selecionei para os alunos de banco de dados escutarem logo na primeira semana de aula. Não sei se todos ouvem na verdade, ou se pelo menos alguém ouve hehehehe

Ah, tenho um projeto para esse ano de criação de um podcast voltado para a temática aqui do site. Já tenho alguns temas em mente e o formato do programa também já está montado. Será uma experiência bem legal, acredito. Em breve trarei mais notícias a respeito disso.

Mas e você? Tem o hábito de escutar podcasts? E livros em áudio? Deixe nos comentários ;-)

Existem outras maneiras de se anotar as aulas que você assiste

Existem outras maneiras de se anotar as aulas que você assiste

Existem outras maneiras de se anotar as aulas que você assiste
Usar mapas mentais é uma delas. Por que você não experimenta?

Eu nunca tive uma letra bonita. Na verdade até hoje ela ainda não é lá essas coisas e tampouco adiantou os cadernos de caligrafia que minha mãe me deu pois por mais que me esforçasse nunca consegui ter uma letra que pudesse ser lida com facilidade.

Minhas professoras sempre deixavam recadinhos “legais” nas provas e trabalhos que entregava. Não me lembro bem quando mas decidi passar a escrever com letra de forma (deve ter sido lá pela sexta ou sétima série, pois antes não era permitido).

De qualquer maneira isso não adiantou muito pois eu raramente consultava minhas anotações no caderno mesmo eu sendo o único ser humano capaz de decifrar aqueles traços que, para alguns eram hieróglifos e outros achavam que eu escrevia de forma taquigráfica. E claro, isso influenciava nas minhas anotações. “Me empresta seu caderno?”, “Empresto mas você não vai entender minha letra”.

Mapas Mentais

Mas, independente de ter uma letra legal ou não eu conheci mais ou menos em 1997 o que o autor Tony Buzan chama de Mapas Mentais (Mind Maps). É uma forma de se organizar informação onde você aproveita a forma como seu cérebro funciona trabalhando de forma hierárquica e partindo de um tema principal e central. Se por exemplo você está estudando Administração você coloca esse tema no centro. Depois pode criar uma ramificação e escrever “Administração Científica”, novamente uma outra ramificação e colocar algumas características da Administração Científica.

Os mapas mentais podem ser usados para se fazer resumos de livros e outros materiais escritos, tomar anotações em sala de aula ou a partir de uma palestra e também para se planejar e organizar projetos.

Ótimo! Agora eu poderia fazer anotações e escrever menos!
Algumas pessoas que trabalham com mapas mentais defendem que estes devem ser feitos a mão e se deve abusar de cores, setas e imagens. E isso parece realmente funcionar legal pois quando se trabalha com imagens aparentemente você consegue guardar melhor aquilo que estava trabalhando.
Na faculdade eu passei a utilizar mapas mentais para tomar notas de todas as aulas. Eu utilizava um caderno de desenho e passei a anotar todas as aulas através desse caderno. Na época eu achava o máximo condensar em uma única folha o que os colegas anotavam em 3 ou 4.

É claro que não se deve eleger uma única forma de estudo como a “bala de prata” que se enquadraria em todos os casos e funcionaria da mesma forma para todas as pessoas. Cada aluno constrói com o tempo o seu método de estudo mas o que sugiro para as pessoas e aprender o funcionamento dos mapas mentais e experimentar para ver se isso poderá agregar também mais uma alternativa para se estudar.

Você pode, por exemplo, criar um mapa mental para estudo dos comandos SQL que você está aprendendo em banco de dados dividindo-os e organizando de forma lógica e estruturada o que facilita depois as futuras revisões.

O que acho interessante também nos mapas mentais é que, pelo fato de você ter que anotar as informações no momento em que está assistindo a aula, você já busca a partir do que está ouvindo montar uma estrutura lógica do que está sendo falado.

Ah, cabe também lembrar que os professores ao prepararem suas aulas (e suas falas) tem um roteiro delineado da forma que será trabalhada, claro. Não se joga as informações de forma randômica e sem nexo mas sim se busca uma linha de pensamento para se aprofundar o assunto. Por exemplo, algo que uso quando vou dar aula é primeiro dar uma visão geral/panorâmica do que será discutido e depois se aprofundar nos pormenores.

Tendo isso em mente você, com a prática de construção de mapas mentais, começa a construir seus mapas com mais facilidade.

Veja um exemplo: Exemplo de Mapa mental de uma aula de Qualidade de Software

Legal, como como fazer isso?

Vou te passar as linhas gerais de como trabalhar um mapa mental:

“Basicamente para se criar um Mapa Mental você deve levar em consideração as seguintes observações:
1. O tema principal fica no centro (em um círculo);
2. Deste centro você irá ligar ramificações com outros itens através do
uso de palavras chave, que estejam diretamente ligados a este tema
principal;
3. Destas ramificações, poderão surgir novas e novas ramificações na
medida que forem necessárias;
4. Para cada item (ou para os mais significativos, crie desenhos para
simbolizá-los;
5. Você pode usar o software FreeMind (http://freemind.sourceforge.net/)
para criar seus mapas mentais.”

O texto acima foi retirado do material que acompanha o curso de Mapas Mentais que trabalho presencialmente e que depois também se transformou em um curso online na Baciotti Cursos.

Quer ganhar o curso?

Bom, como tem vários alunos e ex-alunos que acompanham nosso trabalho já há bastante tempo vou fazer o seguinte:

Os 50 primeiros leitores que compartilharem esse texto nas redes sociais irão ganhar o curso completo de Mapas Mentais (com certificado).

Basta compartilhar o link desse artigo e me informar por email, até sexta-feira ok?

Como você deveria estar usando mais seu email e menos seu celular

Por favor não me ligue, me mande um email

Se tem algo que aprendi nos anos que trabalhei como analista de sistemas é que as pessoas tem a memória muito curta, se esquecem facilmente das coisas que solicitam e até mesmo dos compromissos e concessões que fazem.

É por isso que sempre preferi a comunicação escrita, email ou memorandos internos, que telefonemas ao acertar/ajustar/combinar qualquer requisito ou solicitação de clientes de projetos que trabalhei.

É interessante pensarmos que antes do telefone a comunicação era essencialmente escrita através de cartas escritas a mão. Na verdade até mesmo os livros eram todos escritos a mão, processo que os tornava caros e de difícil acesso para a população. Depois com a invenção da imprensa por Guttenberg e a impressão de livros (a Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso) houve uma aceleração na forma como a informação é transmitida. Um tempo depois o telefone apareceu e depois com o email nós tivemos uma espécie de junção nas duas formas de comunicação pois temos velocidade na entrega da mensagem e o retorno à mensagem escrita.

Mas voltando para a essência do que quero conversar com você, eu acredito que o uso do email tem uma série de vantagens pois ele nos permite uma definição clara da mensagem pois leva o emissor da mensagem a pensar e buscar escrever de forma intelígivel o que deseja passar. Tá, eu também as vezes recebo emails que preciso ler umas 2 ou 3 vezes até entender o que a outra pessoa quis dizer, mas não é a regra ;-)

O email também nos permite rastreabilidade pois você pode acompanhar as respostas e interações com os devidos ajustes. Além disso o email nos permite envolver mais pessoas na conversa. Embora essa tecnologia já tenha mais de 45 anos (o primeiro email foi enviado em 1971) muita gente às vezes se confunde ao utilizá-la. Eu acho que você já sabe disso, mas vamos lá algumas sugestões:

1) O campo To (para) é o destinatário do email. CC vem de Carbon Copy e BCC de Blind Carbon Copy que é uma cópia do email sem que os demais integrantes saibam. Use isso corretamente.

2) Se você enviar uma mensagem solicitando alguma informação e não obtiver resposta, mande a segunda mensagem ENCAMINHANDO a primeira pois aí você terá o histórico que já tentou fazer o contato uma primeira vez. Se não receber retorno, encaminhe mais uma vez o email pois aí você já terá 3 tentativas. Se ainda não receber resposta escalone o problema enviando para o superior da pessoa.

3) Não existe essa de “não vi meu email”. É a comunicação corporativa padrão até que outra melhor entre em uso. Até lá as pessoas tem obrigação de checar seus emails.

4) Se você decidir qualquer coisa através de uma ligação telefônica imediatamente envie um email para seu interlocutor dizendo que “Conforme conversamos agora a pouco ficou definido que…”. A mesma coisa vale para uma conversa com uma ou mais pessoas.

5) Quando fizer uma reunião você não precisa se preocupar em ter um modelo de documento bonito com o logo da sua empresa e o nome de “Modelo de Ata de Reunião”. Não, coloque no assunto do email Ata de renião XX-XX-XX e coloque no corpo do email os campos Convidados Presentes, Convidados Ausentes, Principais Pontos e Ações. No campo ações coloque as decisões que foram tomadas os responsáveis pelos próximos passos e a estimativa de conclusão. Acredite,ter seu nome listado em “convidados ausentes” te fará pensar melhor antes de faltar da próxima reunião.

6) Ah, coloque no final da sua ata que “Caso tenham qualquer sugestão favor enviar até XX/YY caso contrário a ata será aprovada” e coloque pelo menos dois dias úteis.

7) Quer mandar um recado rápido? Escreva diretamente no assunto precedendo por NNTO:. Exemplo: “NNTO: Não poderei ir na reunião hoje, explico depois.”. O acrônimo NNTO significa “No Need To Open” ou “Não há necessidade de abrir” deixando claro que o assunto já diz tudo.

Na verdade eu sempre preferi usar o email porque posso decidir a hora de responder. Se você está no meio de uma especificação funcional ou codificando algo e o telefone toca você perde a linha de raciocínio. Converse com sua família e amigos e explique que você não pode atender o telefone o tempo todo e mantenha-o sempre no silencioso.

Algo que também em minha opinião deve ser evitado é você ao estar conversando com alguém em uma reunião formal ou informal parar a conversa para atender uma ligação telefônica. Errado, foque no que está fazendo e depois retorne as ligações caso necessite.

Cuidado com mensagens de whatsapp/sms. Algumas pessoas acreditam que uma vez tenham enviado essa mensagem estão tranquilos e tudo está resolvido e com certeza você receberá a mensagem. Nem todos os SMS são entregues e nem sempre a mensagem do whatsapp/telegram chega no momento certo. E alguns, eu por exemplo, desabilito todas as notificações do celular e vejo whatsapp/twitter 2 vezes ao dia somente. Por isso sempre deixe bem alinhado com seus colegas de trabalho que a comunicação formal é o email, ponto.

Na verdade são pequenas observações que faço baseado em minha experiência pessoal e tem funcionado. Fiquem a vontade para comentar abaixo ;-)

Razão e Emoção

(Publicado originalmente em 27/junho/2010)

O escritor libanês Khalil Gibran escreveu certa vez que “a vossa alma é muitas vezes um campo de batalha, em que a vossa razão e o vosso julgamento estão em guerra contra a vossa paixão e o vosso apetite”. Esse pequeno trecho do livro “O profeta” traz a luz a dicotomia existente na cabeça (e no coração) de cada ser humano.

São várias as situações no dia-a-dia que nos levam a pensar duas vezes antes de agir. Talvez com o passar do tempo passamos a enxergar as situações do cotidiano sob novo prisma e somos levados a, talvez temperados pela sucessão de situações já vividas, a dominar a emoção e fazer melhor uso da razão.

Os 12 trabalhos de Hércules já ensinavam sob a figura alegórica do mito que a saída das situações é o uso da cabeça, da reflexão. Dotado de força sobre-humana, literalmente quebrava a cara quando tentava resolver problemas apenas com o uso da força. Porém, quando fazia uso do pensamento crítico e racional, tal como no episódio onde limpou os currais do rei Aúgias desviando o fluxo de rios, ele verdadeiramente solucionava problemas.

De qualquer maneira essa dialética é constante na vida do homem pois nos vemos algumas vezes em situações onde temos a razão obscurecida pelo fervilhar de emoções sejam elas emoções más como a raiva ou a ira ou emoções boas como a paixão. Talvez você já tenha passado por situação semelhante onde quando caiu em si percebeu que havia tomado uma decisão por impulso e caso tivesse pensado com calma e usado a razão não teria tomado o mesmo caminho.

Ao pesquisar a respeito e até mesmo conversar com amigos percebemos que a maior parte das pessoas irá defender a preponderância da razão sobre a emoção sempre e em qualquer situação. Alguns argumentam ainda que a emoção não controlada, não aprisionada, seja uma fraqueza. Porém, vamos tentar analisar um pouco melhor essa discussão: Aristóteles distinguiu as virtudes do homem entre aquelas derivadas da razão, ou virtudes intelectuais como o bom senso e também as derivadas da emoção como por exemplo a justiça e a coragem. Para o grego, ambas deviam conviver pois tem seu valor.

Ou seja, ele valorizou cada um dos lados e procurou encontrar a Justa Medida que deve ser buscada por cada pessoa. As filosofias orientais também conhecem esse pensamento e chamam de “O Caminho do Meio”, ou seja, o equilíbrio que deve ser encontrado em situações antagônicas. Porque não deixar ocorrer esse bom combate? Afinal, não está a dualidade sempre presente? Para que discutir por exemplo se o melhor é saber a teoria ou ter a prática? Você precisa dos dois!

Não estou defendendo que devemos viver apenas orientado a sonhos, mas sim que devemos aprender a fazer o bom uso das emoções, da intuição e saber dosar isso com o uso da razão.

Concluo citando mais uma vez Gibran, o qual apimenta essa discussão dizendo “a vossa razão e a vossa paixão são o leme e as velas da vossa alma navegante. Se um de vós navegar e as velas se partirem, só podereis andar à deriva ou ficar imóveis no meio do mar. Pois a razão, só por si, é uma força confinante; e a paixão, não controlada, é uma chama que arde provocando a sua própria destruição”.

Eu gostava do MS-DOS

Comecei a utilizar computadores em 1989 aproximadamente quando tive contato com os computadores MSX da Gradiente. Era interessante utilizar códigos Basic para desenvolver programinhas e joguinhos bem simples para depois fazê-los funcionar na tela da televisão ou em um antigo monitor. Era época de se usar CLoad e CSave para gravar os dados em fitas K7 através de um gravador ligado ao micro.

Já em 1990 comecei a fazer um curso de informática na Cedeminas Informática, que funcionava no terceiro andar do edifício Ituiutaba em Ituiutaba-MG. Fizemos 1 mês só de aulas teóricas pois os computadores ainda não tinham chegado de São Paulo. Ainda me lembro da primeira vez que liguei o PC-XT e o vi contar de 0 a 640Kb de memória pelo monitor de fósforo verde de 12 polegadas. Não usávamos HD (winchester como era mais conhecido!) e tínhamos os drives A e B para poder trabalhar com o sistema.

Aliás o sistema operacional era o MS-DOS versão 3.3, o qual levava um tempinho para ligar e depois nos deixava ali de cara com um “A>” na tela piscando, nos desafiando a conversar com ele. Pois é, os primeiros comandos, os coringas para tratamento de arquivos e os temidos comandos “internos” e “externos”. Isso sem contar nos arquivos em lote, no config.sys e o edlin. Não, não se usava mouse. Não, não haviam ícones na tela. Não, eu não tinha um pendrive.

Para se usar outro programa qualquer a saída era trocar de disquetes (que eram de 5,25 polegadas) e executar o outro software. O editor de textos era o Fácil 5.0, que possuía proteção contra cópias exigindo um disquete original em cada máquina. A planilha eletrônica era o Lotus 1-2-3, que você executava digitando 123 no prompt de comando (isso, prompt era o nome do “A>” na tela). Fazíamos planilhas incríveis somente no modo texto. Aliás as funções de planilha evoluíram bastante hoje, mas já naquela época utilizávamos funções equivalentes ao SOMA ou PROCV do Excel. E a divisão em linhas e colunas utilizada hoje também já existia ali.

Eu gostava do MS-DOS. É claro que pilhas e pilhas de disquetes (ordenadamente dispostos em uma “disqueteira”) davam um pouco de trabalho quando precisávamos achar um programa específico, mas também parte da diversão era justamente catalogar tudo, escrever nas etiquetas e tomar cuidado para não dobrar os discos.

Os primeiros passos nas linguagens de programação depois das parcas vezes que usei um MSX foram dados no gwbasic, dbase III Plus e por fim Clipper. Foi aí que me interessei por programação pra valer! O famoso “livro com a capa do navio” do Ramalho era meu companheiro para aprender os comandos do clipper versão Summer 87 nos quase 5 minutos de compilação e linkedição antes que o programa pudesse ser executado.

Adaptação e evolução. Era isso que fazíamos: nos adaptar. Criar discos na (pequena!) memória RAM do equipamento através do ramdrive.sys e ali armazenar o command.com para não ter que voltar o disco de sistema quando se saia de qualquer programa. Utilizar o SideKick para tentar burlar a característica mono-tarefa (era Ctrl+Alt para ativar não era?).

Eram bons tempos. Já imaginou se hoje você fosse capaz de executar um único programa de cada vez em seu computador? A trivial multitarefa que te permite mudar tudo com um Alt+Tab de hoje ainda não existia. E me responda, você hoje teria um computador em casa se não houvesse internet? Não havia Internet e mesmo assim passávamos horas e horas estudando, testando programas da caixa de disquetes que pegamos emprestado e… jogando!

Prince of Persia era o jogo do momento. Movimentos reais, gráficos de última geração, música através do alto-falante do micro e MUITA diversão.

E sabe porque valeu a pena ter passado por tudo isso? Acho que foram os alicerces para tudo que temos hoje nessa área. Hoje a maior parte dos profissionais de informática com quem converso começaram a utilizar computadores com mouse e monitor colorido. Excelentes profissionais sem dúvida, mas não viveram isso… humm deixa isso pra lá. Tô ficando velho.